Como o Ciclismo Cresceu no Brasil Pós-Pandemia: Dados e Reflexões


16/04/2025


Nos últimos anos, o Brasil passou por uma verdadeira revolução sobre duas rodas. Se antes a bicicleta era vista apenas como um meio alternativo de transporte ou como um brinquedo de infância, hoje ela ocupa um espaço muito mais relevante no dia a dia de milhões de brasileiros. E um dos grandes impulsionadores dessa mudança foi a pandemia da COVID-19.

Quando o isolamento social se tornou necessário, muita gente passou a repensar seus hábitos. As academias fecharam, os transportes públicos ficaram mais evitados e o desejo de manter a saúde física e mental em dia fez com que as pessoas redescobrissem a bicicleta. Além disso, o ar livre passou a ser valorizado como nunca antes — e pedalar se mostrou uma das melhores formas de se exercitar sem aglomerar.

Segundo a Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas), em 2020, o Brasil teve um crescimento de 50% na venda de bicicletas em comparação com o ano anterior. E o mais interessante: essa alta não foi apenas momentânea. Nos anos seguintes, o setor se manteve aquecido, com uma demanda crescente por bikes, peças, acessórios e serviços especializados. Até hoje, a cadeia do ciclismo colhe os frutos desse novo comportamento.

Mas não foi só a venda de bicicletas que aumentou. Houve também um crescimento significativo na quantidade de ciclistas urbanos e esportivos. Muitas cidades brasileiras registraram aumento no uso da bicicleta como meio de transporte diário, especialmente em trajetos curtos. Ao mesmo tempo, cresceu o número de pessoas que começaram a praticar o ciclismo como esporte, seja no MTB, no road, ou até em modalidades como o gravel e o bikepacking.

Outro reflexo importante desse movimento foi a pressão por melhores estruturas urbanas. Cidades como São Paulo, Curitiba, Recife, Fortaleza e Salvador expandiram suas ciclovias e ciclofaixas. Ainda há muito a melhorar, claro, mas esse avanço mostra que a bicicleta está, aos poucos, ganhando o respeito que merece no trânsito brasileiro.

O que era uma solução emergencial virou um novo estilo de vida. Hoje, vemos grupos de pedal cada vez mais organizados, eventos lotados, perfis nas redes sociais voltados ao ciclismo crescendo, e lojas especializadas com mais visibilidade e movimento. A cultura da bike está, definitivamente, mais forte e mais presente.

E esse crescimento é bom para todo mundo: melhora a saúde pública, reduz o trânsito, ajuda o meio ambiente e movimenta a economia. Mais do que uma tendência, o ciclismo brasileiro está vivendo uma nova fase — e, se depender da paixão dos ciclistas e do potencial que temos, o melhor ainda está por vir.



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